quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Adeus,meu Lápis de Cor

- Tia, faça o café que nós vamos aí lanchar!- E ela ficava toda contente.
- Tia, vamos ás fogueiras de S. João?- E ela ficava toda contente.
- Tia, venha beber aqui um chá e cantar as janeiras.- E ela ficava toda contente.


Hoje perdi mais um Lápis de Cor...
Agora o coração aperta cada vez mais no peito á medida que as recordações e as saudades se apoderam da minha memória.
Nunca me esquecerei que foste tu quem me ensinou a dançar e a cantar as janeiras; a lançar o pião (que eu nunca aprendi); a saltar as fogueiras de S. João de que eu tinha tanto medo. Nunca me vou esquecer da felicidade que era estares com a minha avó... Nunca me vou esquecer que Tu foste a avó que o malvado destino nos roubou tão cedo.

Hoje o dia foi cinzento...faltou-me uma cor para o colorir. Ficou só a melodia da tua voz...

- Vamos cantar as janeiras! Vamos cantar as janeiras! Por esses quintais a dentro vamos ás raparigas solteiras!...

Ficou a Saudade.
Ficaram as memórias.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mulher

"A mulher é mais carinhosa do que uma flor, mas mais dura do que uma pedra"

Ch. Baudelaire









Sem inspiração para postar mais qualque coisa....

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Saudades várias

Tenho saudades de dançar.

Tenho saudades da camisola que deixou de me servir.

Tenho saudades dos exercícios simples do 9º ano.

Tenho saudades de alguns amigos.

Tenho saudades de gostar verdadeiramente de alguma coisa.

Tenho saudades de olhar para ti sem sentir tristeza.

Tenho saudades de falar contigo.

Tenho saudades da tua bondade e paz.

Tenho saudades de quando tudo era mais simples.

Tenho saudades de quando tudo parecia correcto e duradouro.

Tenho saudades de todos aqueles que,de alguma maneira, me deixaram.

Tenho saudades de ser ainda mais pequenina e de me pegarem ao colo.

Tenho saudades de me chamarem "Tatxi","Lua","Chinchilla","Bolachinha","Caloirinha"...

Tenho saudades de mim.

Tenho saudades de ti.
...e de ti, também!

Tenho saudades da minha cama e ainda agora a deixei...

Esperança

Espero não me arrepender de nada hoje... quer por dizer, quer por não dizer; quer por fazer, quer por não fazer.

Espero que hoje seja um bom dia (e uma boa noite).
Espero que hoje eu tenha a força suficiente de ser uma pessoa educada quando não quiser ser;
...racional quando não me apetecer pensar;
...e amável quando me apetecer partir-lhe a boca toda pelo cinismo tão bem representado.


Vais estar lá tu para me segurar e dizeres que não me estou a esforçar o suficiente...Thanks!


Espero que passe depressa.

domingo, 21 de novembro de 2010

Hoje

Hoje chorei.
Hoje vi amanhecer.
Hoje conheci alguém simpático no autocarro.
Hoje vi gente olhar só para o seu umbigo.
Hoje senti saudades como há muito não sentia.
Hoje contei só comigo mesma,mesmo estando rodeada de amigos.
Hoje fiz uma boa acção,mas não fiquei feliz.
Hoje fingi um sorriso.
Hoje odiei o Mundo e todos.
Hoje não esperei nada de ninguém.
Hoje apeteceu-me gritar a plenos pulmões.
Hoje quis mudar o Mundo.
Hoje abracei-me a mim própria.
Hoje senti-me sozinha.
Hoje senti-me vazia de tudo,
                ...e cheia de nada.
Hoje ninguém me conseguiu confortar a alma
                                                    ...e chorei.

16-11-2010

Apagando palavras...e quem sabe...sentimentos

A palavra "Amo-te" não deveria existir!

Pode parecer radical, mas a verdade é que esta palavrinha destrói mais do que constrói.
Quantas vezes se é amado sem amar? E quantas outras se ama sem ser amado? E quantas vezes se deixa de amar alguém por achar que se ama outra pessoa?...

Esta palavra deveria ser eliminada do nosso vocabulário. (entenda-se mais meu do que de qualquer outro ser)
Quem já passou pelos espinhos de amar alguém verdadeiramente ou pela beleza de se sentir verdadeiramente amado (e depois abandonado),sabe do que falo. E digo "verdadeiramente" porque não são poucas as vezes que vemos e ouvimos alguém deitar esta palavra da boca para fora como se de um papel em branco se tratasse. Apesar de a querer erradicar, sei reconhecer o valor e o poder da dita expressão (mais não fosse por já o ter sentido na pele), e, como tal, não suporto ver e sentir o uso mal dado a esta arma verbal. Orgulho-me de dizer que nunca a pronunciei a ninguém ao acaso. Sempre que disse que amava alguém assim o sentia dentro de mim. Óbvio que, até encontrar aquilo a que se pode chamar "Amor", as anteriores ocasiões de paixão revelar-se-iam pouco providas de sentimento tão profundo. Ainda me recordo quando ouvir essa palavra me provocava o sentimento fantástico de poder retribuir... e não o de terror por não saber o que responder de volta.
Mas, descargos de consciência á parte, a minha opinião mantém-se: abolir essa palavra da minha vida! O poder dela é demasiado grande para ser usado por simples e fracos mortais como nós,que deixam os sentimentos fugir pela mínima coisa.

Como é que se deixa de amar?

Até que ponto é que aquilo que o "Amo-te" constrói compensa o que destrói?


Num momento em que vejo tanta gente "sofrer" (as "..." estão lá porque nem toda gente sofre como aqui a desgraçada lamechas que sente sempre um vulcão de sentimentos a explodir dentro dela) ou, pelo menos, a não alcançar o que desejam amorosamente, parece razoável pedir férias ao amor... e assim, pedir férias também á dor e á mágoa de ser amado e não amar... e de se amar sem ser amado.



Afinal...

Afinal há sempre quem ajude a tornar o que é mau, pior.

















{Lamento não me esforçar o suficiente!}

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Obliviate!

Era tão fácil... e traria felicidade (ou, no mínimo, menos sofrimento) a tanta gente. Bastava sussurrar esta palavra e fazer um pequeno gesto com a varinha e...puff... as memórias que não queríamos eram apagadas.
Mas a magia não existe.

Magia fazem todos os que, dia-a-dia, conseguem trazer felicidade
                                  aqueles de quem gostam.



Esta pequena reflexão fez-me recordar dois filmes para ver este fim-de-semana:

Diário da Nossa Paixão (sobre o esquecimento)













O Ilusionista (sobre a magia de criar a felicidade de alguém)


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pintado a Sangue

Eu insisto em pintar os meus dias de dor.
Posso ter os melhores amigos, posso estar com alguém fantástico, posso ter uma família óptima, podia até nem ter mais nenhum problema... que todos os dias, a determinado momento, eu própria, sem a ajuda de ninguém,mexo e remexo em memórias dolorosas. Aquelas que todos gostaríamos de esquecer. Aquelas que gostaríamos de pôr a um canto no nosso "armário" e esquecermos-nos que elas ali estão.
Podia só lembrar-me dos bons momentos, aqueles em que sorri aberta e sinceramente, aqueles em que me senti verdadeiramente feliz... mas não. Parece que a saudade que sinto ao lembrar-me arrasta consigo o turbilhão incontrolável de emoções reprimidas. A dor sentida pela falta, a raiva de pensar no que se poderia ter vindo a viver, no que poderia ter acontecido e no que se poderia ter feito acontecer.
Podia até dizer que sou egoísta e que me sinto assim porque não consigo "partilhar"... mas não, não se trata disso. Ou não se trata exclusivamente disso (afinal, sou humana e tal... e viva aos ciúmes). Trata-se de já não me sentir necessária para nada... ou então, só como último recurso ou algo...eerrr...banal (?!).

E isto dói! Dói talvez mais do que tudo o resto. Dói sentir que em tão pouco tempo se deixa de fazer parte das coisas importantes, que também eram importantes para mim.

Tento não me arrepender de muita coisa na vida (quer por ter, quer por não ter feito). Mas arrependo-me todos os dias de ser assim.
Eu não preciso de ninguém que me faça cair... eu faço-o sozinha.
Eu não preciso de ninguém que me empurre do abismo... eu atiro-me.
Eu não preciso de ninguém que me arranque o coração... todos os dias eu arranco-o com as minhas próprias mãos e faço dele um farrapo.

Mas eu preciso de alguém que o volte a pôr no lugar e lhe trate das feridas... alguém que me dê a mão quando for a cair e que me puxe por um braço quando me atirar.

E eu tenho essas pessoas!

Posso todos os dias pintar um pouco da minha vida com sangue do meu coração, mas sei que terei sempre alguém que me dará um pouco do seu para me poder levantar de novo.

Muitas vezes não damos o verdadeiro valor ás pessoas que temos á nossa volta... se déssemos, não sofreríamos tanto por uma só.

A ingratidão é feia... não que os amigos exijam gratidão, mas sim por ela ser a maneira de mostrar respeito e apreço por aqueles que, em algum momento, fizeram tanto por nós. O mínimo que se pode fazer é tentar retribuir do mesmo modo: dando a mão, a força e um pouco de sangue.

Para aqueles que me querem bem, e muitas vezes para os que não querem também, estarei sempre aqui. Espero poder ser sempre o sol, a estrela ou a lua de alguém... mesmo que o caminho esteja todo iluminado.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Favor Colorir

Em tempos perdi um lápis de cor. Não fiquei triste por ter sido alguma cor em particular, mas sim porque era um lápis da minha caixa...
Não importava a cor que era, podia até nem ser a minha favorita, a mais bonita da caixa ou a mais brilhante. Importava sim que ela fazia falta!
Tentei pintar sem aquela cor, mas os desenhos não tinham vida. Desisti de pintar... Deixei os meus dias cinzentos, pálidos... Já nem eu tinha vida.
Recebi, então, um novo lápis. Não era igual ao anterior, mas ajudou a camuflar a falta dele.
Com o tempo mais lápis foram desaparecendo e novos lápis foram chegando...
Aprendi que não se pode pintar como se pintava antes de faltar um lápis de cor, e que nunca se pode substituir completamente o que se perde... Pode-se, sim, reaprender a colorir, de maneira diferente.
Jurei proteger tão bem os meus lápis que nunca mais perderia nenhum! É demasiado doloroso reaprender a pintar... Mas bem sei que é impossível impedir que, de tempos a tempos, um lápis se perca.

Todos temos uma caixa de lápis de cor com que colorimos os nossos dias. Invejo quem ainda tem a sua caixa de lápis intacta.
Não voltarei a pintar com as cores que perdi. A minha caixa de lápis de cor pode já não estar completa, pode até já nem pintar como antes, mas sem ela eu não tenho como viver. Aprendi a amar os meus lápis mais do que a qualquer outra coisa. Devo-lhes cada dia da minha vida... E ao ter saudades dos lápis que foram ficando, olho para trás e lembro-me dos dias que pintei com eles.

É favor colorir os vossos dias com o máximo de cores que puderem... Elas não duram para sempre.



E pronto, está realizado o pedido de uma família em particular.
Espero vir a arrepender-me disto rapidamente e deixar a minha complexidade só para mim... De pouco ou nada me valerá o que aqui for escrito por mim, e muito menos deve valer á desgraçada alma que não tiver mais que fazer na vida do que vir ler o que aqui se tentará "escrevinhar".